De engenheiro à um dos homens mais poderosos da F1: Conheça Ross Brawn

F1 News

28 de novembro de 2022 no 15:37
Última atualização 28 de novembro de 2022 no 15:56
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Com a anunciada saída de Ross Brawn, um nome familiar está desaparecendo da Fórmula 1. Depois de uma carreira de 46 anos na categoria principal do automobilismo, Brawn decidiu seguir outro caminho, descartando um possível retorno à Ferrari também. Mas, como este homem passou de engenheiro para uma das pessoas mais poderosas da Fórmula 1? O GPblog conta para você.

Brawn começou sua carreira no automobilismo em 1976, quando ele entrou na March Engineering como operador aos 22 anos de idade. Pouco tempo depois, ele se juntou à equipe de Fórmula 3 como mecânico. Em 1978, ele foi recrutado por Sir Frank Williams para a recém-formada equipe de F1Williams, onde as funções de Brawn incluíam trabalhar como especialista em aerodinâmica no túnel de vento.

Em 1985, o britânico se mudou para a equipe Haas Lola, mas quando a equipe saiu da categoria no final de 1986, ele se mudou para a Arrows. Lá, ele trabalhou no projeto dos modelos A10, A10B e A11 para as temporadas de 1987, 1988 e 1989, respectivamente. No final de 1989, ele se mudou para a categoria Jaguar Sportscar, onde foi o projetista chefe do Jaguar XJR-14, o vencedor do campeonato.

Sucessos com a Benetton

Dois anos mais tarde, em 1991, Brawn retornou à F1. Ele se juntou à Benetton como diretor técnico, que ganhou o campeonato mundial de pilotos com Michael Schumacher em 1994 e 1995. Em 1995, a Benetton também se tornou a campeã dos construtores. Brawn desempenhou um papel importante na conquista dos campeonatos e foi responsável por algumas decisões estratégicas decisivas.

Equipe dos sonhos na Ferrari

No final da temporada da F1 de 1996, Brawn decidiu seguir Schumacher até a Ferrari, depois que o alemão fez a troca para a equipe italiana um ano antes. Lá, ele novamente desempenhou um papel importante nos muitos sucessos que se seguiriam para a equipe. A Ferrari se tornou cada vez mais competitiva e, em 2000, a equipe com Michael Schumacher ganhou o campeonato de pilotos pela primeira vez desde Jody Scheckter, em 1979.

Brawn foi uma parte chave do que foi rotulado como a "equipe dos sonhos" da Ferrari, juntamente com Schumacher, o chefe da equipe Jean Todt e o designer chefe Rory Byrne. Entretanto, a combinação de sucesso desmoronou depois que Schumacher e Brawn saíram da equipe após a temporada de 2006.

Brawn GP

Após um ano de ausência do esporte, Brawn retornou à F1 no final de 2007, desta vez para trabalhar como chefe de equipe na Honda. Um ano depois, entretanto, a Honda anunciou sua saída da categoria. Brawn assumiu a equipe com uma participação majoritária e a renomeou como Brawn GP, que começou a utilizar motores Mercedes em 2009.

A equipe atraiu vários patrocinadores-chave e fez um início sem precedentes na temporada de 2009. Na primeira corrida do ano, o Grande Prêmio da Austrália, Jenson Button se classificou na pole position com o companheiro de equipe Rubens Barrichello ao seu lado na primeira fila do grid. Button venceu seis das sete primeiras corridas, assumindo uma vantagem tão grande sobre seu principal rival, Sebastian Vettel, que ele não pôde ser superado. A Brawn GP conquistou o título mundial tanto de pilotos quanto de construtores, permanecendo na categoria somente naquele ano.

Mercedes

Após o sucesso da temporada de 2009, a Brawn GP foi comprada pela Mercedes-Benz. Brawn, que saiu do negócio muito bem financeiramente como acionista majoritário, decidiu permanecer como chefe de equipe. Isto provou ser uma das principais razões para Schumacher voltar à F1 em 2010. No entanto, seguiram-se alguns anos de 'vacas magras' para a Mercedes, até que Schumacher resolveu sair no final de 2012 para se aposentar de vez.

A Mercedes se saiu consideravelmente melhor em 2013, mas Brawn deixou o time no final da temporada após alegadas discordâncias sobre seu papel. Depois disso, o britânico ficou fora do esporte até 2016, com exceção de sua função na investigação da batida envolvendo Jules Bianchi no Grande Prêmio do Japão.

Saída e retorno à F1

No final de 2016, Brawn lançou um livro intitulado 'Competição Total', falando sobre estratégia na F1. Ao mesmo tempo, ele anunciou sua intenção de retornar à categoria para ocupar um papel estratégico.

No início de 2017, após a aquisição pela Liberty Media, a empresa americana anunciou a demissão de Bernie Ecclestone o anunciou que Ross Brawn assumiria o seu lugar, dividino funções com Sean Bratches. Brown ficou responsável pelo setor esportivo da Fórmula 1, permanecendo nessa função por seis anos até anunciar sua saída nesta segunda-feira, 28 de novembro. Isto marca o fim da carreira de 46 anos de Brawn, altamente impressionante, na qual ele passou de engenheiro para um dos homens mais poderosos da Fórmula 1.